Origem dos sobrenomes italianos

Origem dos sobrenomes italianos

Hoje vamos falar sobre a origem dos sobrenomes italianos e qual o significado de muitos destes sobrenomes.

Como surgiram os primeiros Sobrenomes Italianos

Vou fazer um breve resumo da origem dos sobrenomes italianos e as principais características da formação do que vieram a ser os sobrenomes italianos que temos hoje. 

A história nos mostra que foi através da necessidade de organização social que surgiram os sobrenomes.

arvore da cidadania italiana

Já no período pre-romano um segundo nome era acrescido ao nome pessoal. Existem registros de que os povos Etruscos já denominavam os indivíduos da sua tribo fazendo referência a sua filiação (nome do pai).

Quando da formação de Roma, com a anexação de diferentes povos, tornou-se necessária a identificação dos indivíduos daquela sociedade para evitar as confusões causadas por nomes semelhantes ou homônimos. 

A princípio se usou como critério o pertencimento a um determinado povo para identificar os indivíduos. 

Porém durante o período Cristão, muitos cidadãos voltaram a usar apenas um nome, fazendo referência aos apóstolos de Jesus. E como forma de resolver os problemas de nomes repetidos, se acrescentava ao nome do indivíduo uma referência paterna, da seguinte forma: “Pietro filho de Mateo”. 

Com o fim do Império Romano do ocidente e as constantes invasões bárbaras os sobrenomes deixaram de ser prioridade e voltaram a ser suprimidos.

Foi somente na Idade Média, já com uma maior organização social, que a maioria dos sobrenomes que hoje conhecemos surgiram, sendo transmitidos do pai para seus filhos e filhas e dos filhos homens para os seus descendentes. 

Como curiosidade, a mulher italiana não costumava assumir o sobrenome do marido após o casamento, o que ainda perdura até os dias de hoje.

Também a mãe raramente transmite seu sobrenome aos filhos, o que vem sendo colocado em debate. Porém a prática vigente na Itália é a adoção apenas do sobrenome paterno. 

Sobrenomes Italianos Modernos

Os sobrenomes italianos modernos são aqueles que já não denominam mais uma tribo ou que fazem referência paterna de cada indivíduo. Na classificação moderna os sobrenomes são familiares e passados do pai para os filhos e filhas, sendo que os filhos homens continuam transmitindo o mesmo sobrenome para os seus descendentes. 

Os sobrenomes modernos têm diversas origens, alguns ainda mantém suas raízes nos sobrenomes patriarcais que foi mantido na família. Outros fazendo referência ao local de origem, podem estar ligados a profissão que a família exercia, ou até ser um apelido social ligado a um atributo físico ou característica social e que se tornam um sobrenome, passando de geração em geração. 

Existem também sobrenomes que fazem referências a animais e podem ser o símbolo familiar ou uma característica social ligado a figura de um animal. Outros tem referências botânicas, construtivas e de elementos naturais.

Além dos sobrenomes dados às crianças abandonadas. 

Abaixo você verá muitos exemplos de sobrenomes italianos modernos segundo a sua origem: 

Sobrenomes patriarcais ou nominais. São sobrenomes derivados de nomes próprios que fazem referência ao nome de um patriarca: Oliveri e Olivieri (Oliviero), Ottonello (Otto), Zambon, Zanon, Zanin, Zanini, Zanetti, Zampieri, Zanatta (Giovanni), Perin, Petrachi,  (Pietro), Lorenzon (Lorenzo), Berton e Berti (Adalberto), Baldan (Baldovino), Frigo (Frederico), Vianello (Viviano), Bernardi (Bernardo), Martini (Martino), Di Stefano, Stefani (Stefano)​​, Franco ou Ceccarelli (Francesco), D’Andrea (Andrea), Vanni, Vannini e Vannucci (Giovanni), Perin (Pietro), Lorenzon, Berton, Martin, Baldan, Frigo (Frederico), Vianello (Viviano), Landi (Rolando), Baldi ou  Baldoni (Ugobaldo ou Baldo), Gori (Gregorio), Pucci (Filippo ou Giacomo), Neri (Rainero), Cioni (Baldiccione ou Ugoccione), Pacini (Buonapace), Berti (Adalberto), Bini (Albino ou Begnamino), Dini (Guido ou Aldo ou Corrado), Dati (Donato ou Diodato), Bonci (Boncius ou Barone), Betti (Benedetto), Borsi e Corsi (Accorso ou Bonaccorso), Benni (Bencivenni ou Benno), D’Alessandro, Alessandrini (Alessandro),  Paolucci, Paolinelli, Paoletti ou Paolini (Paolo), Simonetti (Simoni), Agostinelli (Agosto), Antonelli, Antonaci, Antonini e Antonucci (Antonio), Marconi (Marco), Di Carlo, Carloni (Carlo), Petrino ou Perrella (Pietro), Domenici (Domenico), Ceccarelli e Cecchini (Francesco), Ventura e Venturini (Bonaventura), Tommasini, Tommasi  e Tommasoni (Tommaso), Mastrangelo, Angeli, Angelucci, Angeloni, Angelini, D’Angelo (Angelo), Donati e Donatelli (Donato), Sabatini e Sabatino (Sabastiano), Mariotto, Mariotti, Mariottini e Marioni (Mario), Benedetti e  Beneduce (Benedetto), Constantin (Constantino),  Fabrizi (Fabrizio), Rinaldo (Rinaldo), Tomei (Bartolomeo), Nicolucci, Nicoletti, Nicolini, Nicoletta, Colasanti (Nicola), Marinelli (Marino), Fanelli (da Cristofano), Felicetti, Felicini, Felicioni (Felice), Vitale (Vital).

Sobrenomes ligados às profissões: Forgione, Ferraro, Ferrari, Favero, Favaretto, Fabbri e Fabri, Ferreri, Ferro, Ferri, Ferraris, Maccaferri, Ferretti (ferreiro), Cravero (que cuida de cabras), Panero (padeiro), Bottero ou Calzolari (fabricante de calçados), Beccaria (açougueiro), Vaccari ou Boero (vaqueiro), Pastorino (pastor), Cordero (fabricante de corda), Barbieri e Barberis (barbeiros), Giudici (juízes), Molinari, Mugnai (moleiro), Carbone (carvoeiro), Marangon (carpinteiro), Ballarin (dançarino), Boscolo (lenhador), Masiero ou Mezzadri (meeiro), Sartor e Sartori, Zago (diácono ou coroinha), Molinari (proprietário de um moinho), Medici (médicos), Muratori (pintor), Fornaciari (cuida de fornos), Sartori, Sarti e Sartini(alfaiates), Borsari (produz bolsas), Matelli ou Martelli (pedreiro), Cavalli (cuida de cavalos), Farina (produz farinha), Ligabue (fazendeiro), Burattini (fabricantes de peneira ou moleiros), Marchegiani, Arcuri (cobradores de impostos), Scognamiglio (debulhador de milho),  Pastore (pastor), Semerano (condutor de burros), Laguardia (quem faz a vigilância), Aricò (camponês), Cavallaro (cavaleiro),  Cannizzaro (construtor de telhados), Cammareri (garçom), Scuderi (escudeiro), Impellizzeri (lida com peles).

Sobrenomes ligados a títulos nobres: ​​Conte, Conti, Vassallo, Marchese, Patrone, Potestà, Baroni, Cardinali, Principi, Nobili, Palladino, Piscopo (Vescovo), Iodice (juíz), Castaldo (administrador de castelo), Monaco (monge), Senatore, Abate (abade), Patruno (patrão), Loiacono (diácono).

Sobrenomes que indicam local de origem ou proveniência. Muitas vezes o sobrenome indicava a procedência dos indivíduos, como: Mantovani que indica a pessoa que nasceu em Mantova, ou Milani que indica a pessoa que nasceu em Milão, Bresciani ou Bressan (Brescia), Mandelli, Cazzaniga, Bionaz, Diémoz, Grange, Visentin ou Visintin (Vicenza), Trevisan, Pavan (Padovano), Furlan (Friulano), Schiavon ou Schiavoni (de origem eslava), Trentin (Trento), Romano, De Luca, Lucchese e Lucchesu (de Lucca), Carghelutti (de Carnia), Lombardi (da Lombardia), Pratesi (de Prato), Ciampi (de Ciampino), Romagnoli, Romano, Romeo, Romanu (de Roma) Perugini (da Perugia) Pesaresi, D’Aversa (de Aversa), Calabrese (da Calábria), Ferrara (de Ferrara), Greco, Grieco (da Grécia), Formisano (de Formia), Sorrentino (de Sorrento), Pugliese ou Puglisi (da Puglia), Cosentino (de Cosenza), Catalano (Catalão), Toscano (da Toscana), Pisano ou Pisanu (de Pisa).

Sobrenomes que indicam uma característica física: Bruno, Biondi, Grosso e Grasso, Negro, Ricci, Risso, Russo, Gamba, Bianchi, Rossi, Galli, Corti, Traverso, Basso, Moro, Moretto e Moretti (de cor escura), Mancini ou Mancinelli, Capelli, Spadoni, Ciotti, Gobbi, Rossetti, Toccaceli e Ciancaleoni (braços fortes), Barbarossa, Rosato, Bracalenti (olhos fundos), Testa, Forte, Niro (negro), Occhionero, Luongo, Riccio, Peluso, Barbato, Caruso, Caputo, Lobascio, Lo Piccolo, Sgrò, Spanò ou Spanu (ruivo), Sanna (dentuço), Pinna (narigudo).

Sobrenomes ligados a apelidos sociais: Bacigalupo, Pittaluga, Sciaccaluga (pessoas irritantes), Zanca ou Zanchetta (cansado), Pellacani, Pellagatti, Codeluppi, Gentili, Calicchia, Scaccia, Bracaglia, Campagiorni, Mangiapelo, Quattrociocchi, Fusacchia, Burla, Pallucca, Mignona, Tartaglia, Copola, Amoruso, Calogiuri, Occhipinti, Quattrocchi, Mancuso, Pappalardo.

Sobrenomes com referências de animais: Quaglia, Cavallo, Gallo, Pesce, Merlo, Capra, Mosca, Volpe, Bracco, Grillo, Lupo, Fasano, Delfino, Piccioni, Grilli, Leoni, 

Sobrenomes com referências botânicas: Prato, Fiore, Bosco, Fenoglio, Paraboschi, Floris, Fenu e Mele. 

Sobrenomes que indicam estruturas construtivas: Chiesa, Villa, Castelli, Pozzi, Fontana, Larocca, Latorre.

Sobrenomes que indicam estruturas naturais: Massa, Villa, Valle, Torre, Serra, Costa (aqueles que habitavam o litoral), Albanesi, Montesi e Montanari (aquele de origem em lugares montanhosos)

Sobrenomes ligados a crianças abandonadas: Lucchesi, Innocenti, Nocenti, Nocentini e Degl’Innocenti, Proietti, Alunni, Esposito, Di Dio, Trovato, D’Ignoto, D’Ignoti, Incognito, Colombo, Incerti,  Vacondio, Casadei, Casadio, Degli Esposti. 

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Espero que tenha gostado deste artigo e continue acompanhando o Italinha. 

Deixe aqui nos comentários quais os sobrenomes italianos da sua família, se algum deles apareceu aqui no post e qual tipo de categoria ele se enquadra. 

Um grande abraço e até mais. 

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