A cultura italiana é anterior à formação do país Itália, a unificação do território italiano aconteceu apenas em 1871 com a formação do Reino da Itália e se concluiu apenas em 1919 com a anexação do Trentino e da Istria.
Os historiadores usam definições como arte italiana ou renascimento italiano, por exemplo, para designar fatos, objetos e pessoas que pertenciam à península mesmo antes da formação do reino da Itália.
A língua italiana foi definida oficialmente somente após o Séc. XVI, até então menos de 2,5% da população falava o que viria a ser a língua italiana.
Após o renascimento foi escolhida entre as línguas existentes na época aquela com maior produção literária, no caso, a língua florentina toscana. Tomou-se como base os textos de Dante Alighieri, Francesco Petrarca e Giovanni Boccaccio. Estes então são considerados os pais da língua italiana.
Antes disso, a maior parte das produções literárias e acadêmicas eram escritas em sua maioria em latim. Já a população era composta por diferentes povos que haviam sido dominados pelos romanos e pelos bárbaros, então falavam uma mistura do latim com os seus dialetos tribais.
Ainda hoje na Itália se falam mais de 11 mil dialetos. Foi apenas nos últimos 50 anos que a língua italiana passou a ser compreendida e usada com maior intensidade. Principalmente com a expansão do cinema e da televisão.
No Vêneto, na Campânia e na Calábria a maioria da população usa o dialeto, mesmo conhecendo o idioma italiano, para eles o dialeto é um símbolo de pertencimento.
Já alguns italianos consideram que falar no dialeto local é um indicativo de baixa escolaridade. O que é no mínimo irônico visto que a língua italiano nasce do latim vulgar e não do latim acadêmico.
Dialeto italiano no Brasil
Quando os imigrantes italianos chegaram ao Brasil trouxeram com eles os seus dialetos locais. A maioria dos imigrantes eram da região do Vêneto, por isso entre as colônias do sul a língua vêneta prevaleceu.
Com o tempo ganhou notas de português, de lombardo e de outros dialetos locais. Mais tarde foi assumida definitivamente como um dialeto oficial denominado talian.
Com o programa nacionalista de Getúlio Vargas e as preocupações com possíveis grupos nazistas entre os colonos italianos, alemães e japoneses, as línguas estrangeiras foram proibidas e reprimidas no Brasil.
Apesar disso, o talian conseguiu sobreviver em colônias isoladas, ganhou produção cultural, publicações literárias e científicas, até chegar ao status de língua neo-latina.
Hoje o talian é falado por mais de 1 milhão de pessoas no Brasil e transmitido em rádios, publicado jornais e revistas.
Em algumas cidades do sul o talian é ensinado como segunda língua nas escolas, como forma de valorizar a cultura italiana daquela região.
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Um abraço e até o próximo artigo.