Olá, tudo bem?! Iniciando mais um capítulo da minha jornada e do meu marido Mauricio rumo a uma vida na Itália.
No capítulo de hoje vou contar como foi o pré-embarque em meio a Pandemia, os desafios da chegada na Europa e posteriormente a nossa chegada à Itália.
A primeira coisa a mencionar é que essa mudança era para ter ocorrido ainda em 2020, já estávamos com as passagens compradas pela Alitalia, mas a Pandemia chegou e com ela o adiamento da vida de muitas pessoas durante esse processo.
E apesar das passagens “perdidas” – sim porque a Alitalia vendeu a companhia para o governo italiano e não indenizou os passageiros – temos é que agradecer por não ter embarcado, ter ficado no Brasil com as nossas mães nesse período, ter estado aqui ao lado dos amigos.
Passados quase dois anos finalmente estávamos próximos de cumprir mais uma etapa deste sonho de morar na Itália.
Como foi sair do nosso apartamento
Se você acompanhou os outros artigos dessa série sabe que a pouco tempo do embarque para a Europa lá estava eu fazendo mais uma cirurgia inesperada enquanto vendia os móveis e esvaziava o nosso apartamento alugado em Curitiba.
Graças a Deus deu tudo certo!
Fiz a cirurgia de varizes, removi os coágulos e fui para casa toda pimpona no mesmo dia.
Optei por fazer uma cirurgia com uma recuperação mais rápida, na qual as veias foram cauterizadas a laser, claro que isso gerou um custo inesperado, foram 9 mil reais pagos além da cobertura pelo plano.
Voltei na quinta e na sexta-feira já estávamos fazendo uma pequena mudança para o apartamento da sogra.
Sobrou pouquíssima coisa, só roupas, livros e coisas pessoais. Vendemos todos os móveis e coisas da cozinha deixamos para a família. O mais difícil foi vender a TV, apareciam muitos contatos estranhos pelo OLX, muitas tentativas de golpe, mas no final deu certo e conseguimos vender.
Vendemos quase tudo pela OLX. O Facebook Marketplace não funcionou bem e pelo Mercado Livre vendemos a GoPro.
Para facilitar nossa vida deixamos para vender o carro no final, depois de já estarmos acomodados no apartamento da minha sogra.
Alugamos por um mês uma garagem em frente ao apartamento dela e organizamos nossas coisas no quarto de visita.
Levamos para lá os gatos, que vão ficar com ela até a gente encontrar um imóvel na Itália. Prometo fazer um post exclusivo dos gatos para quem tiver interesse de levar o seu pet para Europa.
Ficamos lá quase um mês inteiro, minha sogra é uma pessoa bem tranquila de conviver, mas não é fácil ficar fora do cantinho da gente.
Conforme os dias da viagem se aproximavam fomos resolvendo o que faltava:
- Vender o carro;
- Cancelar as contas do antigo apartamento;
- Fazer o seguro viagem;
- Traduzir alguns documentos;
- Pegar os documentos que foram para o apostilamento em Joinville;
- Imprimir coisas;
- Comprar coisas;
- Aviso viagem dos cartões;
- Sacar dinheiro á vista e fazer o câmbio;
- Separar tudo o que iria ficar e o que iríamos levar.
Aliás, acho que separar o que iria ficar e o que iríamos levar foi a parte mais desgastante.
Arrumar as coisas para o embarque
Eu quase morri do coração. Meus documentos para a cidadania demoraram para chegar de Joinville e se não basta-se entre os documentos enviados para lá havia uma certidão de batismo que tive que apostilar às pressas em Curitiba, pois em Joinville só apostilavam registros civis.
Apesar da ansiedade deu tudo certo!
Ainda bem que fiz tudo com tempo de sobra, pois mesmo com a demora, as certidões chegaram quase duas semanas antes do embarque.
Traduzimos para o italiano: a carteira de motorista do Maurício, nossas declarações de renda e também o certificado de vacinação.
Precisava traduzir o certificado de vacinação? Não! Mas, eu fiz porque nem todo mundo sabe inglês na Itália.
Imprimimos o kit viagem: reservas de hotel, seguro viagem, certificado covid, green pass (da itália), ficha de entrada na Espanha, passagens aéreas Brasil – Espanha, Espanha – Itália.
Sou um pouco metódica nessa parte, mas eu gosto de chegar no aeroporto com tudo impresso caso acabe a bateria do celular.
Iríamos chegar na Europa em pleno inverno e poderíamos levar uma mala de 23kg – antigamente era de 32 kg, porém as companhias reduziram – e uma lama de 10 kg, além da mochila das costas cada um.
Ir de mudança para a Itália não tem nada haver com fazer uma mala de viagem, nós costumamos viajar e ficar 3 meses fora de casa e levamos só a mala pequena e a mochila. Mas, a mala de mudança é diferente.
Separamos as roupas de inverno que iríamos usar e as que gostaríamos de levar, comprei sacos a vácuo no Mercado Livre e assim fomos testando o peso das malas.
Sei que montamos, desmontamos e pesamos as malas pelo menos umas 5 vezes, colocamos os itens mais pesados nas mochilas das costas, porque ela não é pesada no check-in. Nos atentando aos itens que são permitidos levar na cabine.
Levamos essencialmente roupas, um tênis, uma bota, um chinelo e um sapato cada um, perfume, um kit básico de maquiagem, um kit de manicure básico, remédios (paracetamol, anti-alérgico, magnésia em comprimido, anticoagulante, relaxante muscular, eno, band-aid, epocler, medidor de glicemia e termômetro), os nossos notebook`s com cabos, um kit gravação para o Mauricio, nossos documentos e o moedor de café de estimação.
Fiz uma assinatura na Cobasi da comida e areia dos gatos para minha sogra não se incomodar com isso por todo o período que elas ficarem com ela.
Também fiz os exames pós-cirúrgicos para garantir que eu estava bem para viajar e nesse processo o meu ginecologista me recomendou colocar o DIU Mirena, para evitar que a endometriose volte.
Foi uma correria completa neste mês final no Brasil, conforme a data da viagem se aproximava os itens do nosso check-list se concluíam e começava a dar aquele frio na barriga, uma mistura de medo e ansiedade.
A despedida da família e amigos
A verdade é que não estávamos planejando nenhuma despedida, afinal, eu e o Mauricio vamos retornar ao Brasil em Fevereiro ou Março para buscar os gatos e assim fazer a despedida.
Mas, no último mês saímos com os amigos, fomos comer um bom churrasco, beber umas cervejas e isso foi muito bom. Pois além de distrair a cabeça nesse momento de tensão pré-viagem, é sempre bom poder contar com o carinho da família e dos amigos.
No dia do embarque nossas mães nos acompanharam até o aeroporto.
Tudo tranquilo, tomamos um café juntos e embarcamos no Aeroporto Internacional de Curitiba.
Embarque no Brasil
Embarcamos em Curitiba no dia 13 de Novembro e fizemos um voo tranquilo até Congonhas, de lá pegamos um Uber até Guarulhos de onde sairia nosso voo para Barcelona por volta das 17 horas. Parecia que tínhamos tempo de sobra, mas até pegar as malas, se deslocar até Guarulhos, almoçar já estava na hora do embarque.
Pegamos uma fila imensa no raio X de Guarulhos e por pouco não perdemos o voo, um mundo de gente aglomerava-se em plena Pandemia e o aeroporto disponibilizou apenas 2 balcões de Raio X.
Foi batendo o desespero e na hora do Raio-X foi aquela correria, tira sapato, tira computador da mala, tira casaco, passa no Raio X, recolhe tudo novamente, se veste e corre!
Corremos muito, pois o nosso avião já estava embarcando os passageiros e o bendito ficava do “outro lado do mundo”, quando chegamos já sem ar e fomos os últimos passageiros a entrar.
Ufa, que alívio, foi com emoção mas, no final deu tudo certo!
Chegada na Espanha
Compramos o voo pela Espanha, pois apesar da Itália ter recém aberto para cidadãos italianos e familiares, estão exigindo que a gente fique em quarentena por 10 dias.
Além disso, na época em que compramos as passagens a Itália ainda não estava aceitando nenhum passageiro que estivesse estado no Brasil nos 14 dias antecedentes, portanto escolhemos a Espanha por alguns motivos.
O primeiro deles é que a Espanha está aberta para brasileiros e não exige quarentena e pasmem: nem PCR.
O outro motivo é que o irmão do Mauricio vive em Arenys del Mar, uma cidade próxima a Barcelona e ali poderíamos permanecer 15 dias até o embarque para a Itália.
Ao chegar ao aeroporto de Barcelona, El Prat, chegou a fatídica hora de passar pela imigração.
O fiscal perguntou porque estávamos viajando para Espanha, dissemos que estávamos a turismo, ele perguntou onde ficaríamos hospedados, depois perguntou qual era o nosso destino final, respondemos Itália. E ele deu uma implicada, pediu a nossa passagem de volta e a hospedagem na Itália. Como eu levo tudo impresso, eu mostrei os documentos e ele nos liberou.
Sinceramente o Mauricio sendo italiano o fiscal nem deveria ter questionado o fato de irmos para a Itália, afinal é o país do qual o Mauricio é cidadão. Por essas e outras que eu decidi reconhecer a minha cidadania e falarei disso nos próximos artigos.
No final deu certo e entramos na Europa e no espaço Schengen.
A primeira semana na Espanha passou voando, fomos poucas vezes para a Espanha, aproveitamos para trabalhar, curtir a família e se preparar para a Itália.
Foi muito bom passar esses 15 dias na Espanha e rever os meus cunhados e o nosso sobrinho que agora já é um jovem cursando programação de jogos.
Muito orgulho desse menino que há alguns anos mudou para Catalunha com a mãe e o pai, teve que se adaptar a escola e aprender catalão e castelhano enquanto concluía o ensino médio e agora está iniciando a sua vida adulta com uma bagagem incrível!
Nesse tempo fizemos uma lista de imóveis e dessa lista, selecionamos os imóveis que mais gostamos para entrar em contato.
Neste momento comecei a tomar os primeiros baldes de água fria, quase nenhum corretor respondia aos meus e-mails e depois de mais de 50 contatos consegui agendar a minha primeira visita.
Na semana seguinte continuei na luta, mandando e-mails e tentando agendar alguma visita, depois de muito esforço e uma penca de e-mails enviados mais uma visita agendada.
Era hora de se despedir mais uma vez e embarcar para a Itália.
A chegada na Itália
Já havíamos passado pela imigração espanhola e estávamos dentro do no espaço Schengen, mas com essa pandemia tudo mudou. Agora para entrar na Itália tivemos que preencher uma ficha de entrada e também ter o green pass para circular nos meios de transporte.
A nossa sorte foi que já havíamos feito o green pass italiano do Brasil, semanas antes.
Fizemos o green pass pelo site institucional da Região da Emilia-Romagna, que permitia a cidadãos italianos residentes no exterior (A.I.R.E.) e a sua família fazer o green pass online.
Nosso voo até a Itália era pela Vueling e ao chegar a Itália foi muito tranquilo, já no embarque a companhia aérea pediu a ficha e o green pass e em solo italiano não nos pediram mais nada.
Pegamos as bagagens e saímos da zona restrita do aeroporto de Bérgamo.
Na chegada à Itália, alugamos um carro por 15 dias na intenção de nos ajudar a encontrar os imóveis na Itália, pegamos ele no estacionamento do aeroporto e seguimos para o nosso hotel, em Desenzano del Garda.
E foi isso, toda essa jornada aérea até a chegada na Itália, a verdade é que até aqui tudo aconteceu perfeitamente bem, só temos a agradecer a Deus e comemorar com uma Carbonara que eu fiz!
Foi um período abençoado em que absolutamente tudo deu certo.
Os perrengues mesmo você verá nos próximos artigos :p
Até o próximo capítulo e se você ainda não viu os primeiros episódios da jornada recomendo:
Primeiro Episódio: O INÍCIO DE TUDO
Segundo Episódio: IMÓVEIS NA ITÁLIA
Terceiro Episódio: CIRURGIA A 1 MÊS DA VIAGEM!
Um grande abraço e até o próximo capítulo!